Relacionamento entre culturas diferentes FULLY EXPOSED.
Quero falar hoje de amor.
Para começar minha intenção nesse post não é perpetuar generalizações e preconceitos.
Existe demais já!
Pessoas são pessoas, e isso não é determinado por cultura nem religião.
Existem pessoas maravilhosas em todas as religiões e em todas as culturas.
O problema é que quando você começa o relacionamento com alguém que não fala o mesmo idioma que você, e vai para um país que tem costumes diferentes dos seus – você precisa se conformar em atender as expectativas da cultura local. Isso obviamente vai criar conflitos e gerar stress. Não é impossível nem fácil. O problema é você estar em uma situação de estresse, sem ninguém do seu lado para te defender, ou ainda numa situação de violência e não conhecer nem a lei, nem a cultura, nem a língua – ou só alguns desses elementos. Você vai estar com agravantes para situação que não valem a pena.
Inclusive, outro ponto não é recomendado e avisado pela embaixada brasileira embarcar nessa viagem! É frequente, lamentável e desesperadora a situação de algumas mulheres que moram no Egito.
Não sei se você acompanha o Reality Show – 90 Day Fiancee, mas recentemente uma brasileira foi presa 3 vezes, enquanto casada com americano, e sempre foi culpa dela a violência doméstica. Quem chamava a polícia era a sogra (que não gostava dela) e quem falava com a polícia o marido, que falava inglês fluente. E ela não tinha como contar o lado dela.
COMUNICADO
A maioria dos brasileiros que aqui residem já ouviram falar ou tiveram contato direto com mulheres que vem do Brasil para se relacionar com egípcios. O problema é realmente sério.
Todos os dias há muitos casamentos na embaixada, a maioria é só por interesse. (Deixemos religiosas e sociais de lado) mas mulheres muito mais velhas casando com rapazes muito mais novos, mulheres bem colocadas deixando tudo, inclusive filhos e marido para viver em vilarejos em condições desumanas, desprovidas de cuidados básicos como saúde e segurança. Depois que o dinheiro acaba são submetidas a toda sorte de humilhações pelo marido e família. Algumas são feitas de empregadas e escravas sexuais. Poderia escrever um livro sobre a situação de muitas mulheres aqui- A maioria dessas mulheres já vem com a cabeça lavada, esses homens são profissionais, entendem da arte de manipular o psicológico das estrangeiras.
Pessoal, peço a todos vocês que alertem todas a mulheres que queiram casar aqui dos problemas que estamos tendo, do grande número de casamentos feitos por interesse e desfeitos por violência. Peço que enfatizem que as que quiserem assumir o risco que venha protegida pelo menos financeiramente. A embaixada não tem obrigação financeira com ninguém!
Contamos com a colaboração de todos.
COMUNIDADE BRASILEIRA NO EGITO – CBE
É tão recorrente que se você estiver pensando no assunto, veja o maravilhoso canal da Nadir Araújo, contando casos de amor e desamor no mundo árabe.
Vou contar aqui um resumo da história de Carol.
Porque Carol não é uma menina ingênua. Carol não é uma menina carente. Carol é uma mulher forte, e por bem ou por mal Carol é como muitas outras mulheres fortes, que viram seu amor se transformar em um monstro.
Sabe. Não dá para falar que violência doméstica é coisa que vem de religião, porque em todas as religiões tem – até na minha. Nem de país porque no meu país tem muito feminicídio. Tá cheio. Eu falo com vergonha, que já passei por coisas que eu gostaria de poder apagar da memória.
Violência doméstica vem de uma sociedade corrompida, aonde homens crescem sem saber como lidar com sentimentos – de raiva, alegria, vulnerabilidade e agressividade. As vezes eles vem de uma família até boa. Aonde são super-protegidos,tanto, que não conseguem lidar com as próprias frustrações e se tornam agressivos.
As vezes eles viram ou aceitam violência como uma forma válida de expressão.
Mas isso eu digo não para aliviar a culpa ou explicar. E sim para abrir os seus olhos de quão comum isso pode ser e inevitável.
Como acontece com as mulheres daqui:
Quando elas tem algum problema, o pai os irmãos e todos os homens da família vão tirar satisfação com o marido.
Essa é Carol.

Ela é muito inteligente, doce, divertida e consciente. De jeito nenhum é uma menina avoada e apaixonada. Ela trabalhou em bancos, e soube segurar a barra de uma patroa brasileira abusiva enquanto morou na Europa.
Foi para lá juntar dinheiro, mas acabou encontrando seu amor, Ahmed. Ahmed era atencioso, sempre perguntava como ela estava, e fazia companhia.
Lá na Europa ele não trabalhava porque não tinha oportunidade,afinal não tinha visto.Tudo bem, outras qualidades superavam.
Houve uma vez que Ahmed foi pego em flagrante traindo a Carol, e pediu desculpas, se acertaram.
Sabe uma coisa que o amor faz? Perdoa mesmo quando dói.
A Carol sabia que não era fácil aceitar os defeitos, as diferenças do Ahmed. Mas uma mulher sozinha também é muito difícil. E no meio de muitas questões, ela engravidou e por fim se casou.
Veio Carol para o . Chegou na casa dela, em uma vila, muito, mas muito humilde. Mas a casa dela era boa, se organizou e comprou o que precisava.
Hoje estamos a mais de 6 anos que se conheceram, e não é mais um bebê, são dois.
Todo mês a Carol pega o cartão de crédito compra os suprimentos para as filhas. O Ahmed não tem motivo agora para não conseguir trabalho, mas de alguma forma ele não consegue. Ele tem amigos e família perto, e procura estar com eles.
A compra da Carol para um mês é 500 reais, e a fatura do cartão vai para a mãe dela no Brasil.
A família do Ahmed, não ajuda, e Ahmed não trabalha. Carol com duas crianças, sem falar inglês nem árabe, tenta se equilibrar.
Olha a força da Carol! A gente tem que aplaudir a Carol, empatizar com ela. Entender que ela está se esforçando.
Sabe o que o Ahmed quer? Quer ir para o Brasil. E que a Carol pague a passagem. Afinal de contas ele não tem da onde tirar dinheiro para nada.
Essa quinta-feira estava acabando a comida, o gás tudo junto. E nada do Ahmed ajudar.
Discussão pelo assunto que qualquer casal perde a cabeça – DINHEIRO.
Ahmed perde a cabeça e começa esmurrar a Carrol. O rosto os braços tudo machucado.
A sogra e a cunhada não conseguem impedir a cena mesmo estando lá.
Parece que não vai parar, e Carol sente medo de morrer.
Grita o nome do pai e de repente ela está lá.
Com dor, humilhada, sozinha e com medo.
Tenta falar com amigas brasileiras que se movem para resolver a situação.
Manda mensagem para o cônsul. O maior medo é perder as filhas.
Ela está sozinha, sem saber a língua, sem conhecer ninguém perto, para correr quando acontece alguma coisa.
Não pode confiar em ninguém e nem sabe o que a polícia pode fazer, se estão dispostos a entender o lado dela e de fato protege-la.
Ela está sozinha, sem saber a língua, sem conhecer ninguém perto, para correr quando acontece alguma coisa.
Não é que a família dele seja má, mas é a família dele. Nem que a vizinhança dela seja necessariamente ruim, mas é que ela não fala a língua.
Palavras da Carol:
Eu fui espancada, levei socos pelo corpo como se fosse um homem, minha testa tinha sangue, ele me deu um soco tão forte que cai no chão porque perdi a respiração eu estava com minha filha no colo coloquei no chão porque com os socos poderia matá-la ele sempre me bate eu gritei o nome do pai dele porque tive medo de morrer a mãe e irmãs tentaram me proteger mas ele continuava me batendo tentei fugir pulando o terraço ele é um monstro no meu país ele estaria preso não aceito isso não quero isso a discussão começou porque estou cansada de por dinheiro dentro de casa ele me explora financeiramente ele me manipula, ameaça não trabalha somente dorme o dia inteiro só fico dentro de casa me maltrata sou lixo para ele meu marido se mostra as pessoas um ótimo homem mas me maltrata usou todo meu dinheiro quem sustenta minha casa é minha mãe do Brasil ele quer ir para meu país e me fez pagar toda a papelada do visto paguei tudo que podia ele já tem o visto em mãos pode ir até abril de 2020, mas não é o suficiente me ameaça para pagar a passagem quero que seja punido eu conversando com ele porque tenho medo de me matar mas quero justiça toda minha família sabe mostrei as fotos da tortura, enviei para minha Advogada no Brasil, para todas minhas amigas, coloquei na internet e o Cônsul da Embaixada já está ciente e tem todas as provas de agressões minha família conversa com a embaixada a todo momento eu tenho um amigo jornalista se algo acontecer comigo será passado na televisão quem chamou a polícia foi o Cônsul da Embaixada porque sabe que meu marido não me deixa sair sozinha porque tem medo que eu diga para as pessoas os mal tratos, quero a proteção da polícia egípcia porque se ele continuar me espancando, me maltratando ou pior me matar todos principalmente o governo do meu país vira aqui me resgatar meu corpo e meu psicológico está machucado só quero paz quero que seja punido.
Quero justiça tenho medo que aconteça algo com minhas filhas. Por favor façam algo.
Se você estiver em problemas, as brasileiras são unidas, e fortes.
Mas não seja mais uma vítima a toa. Não entre na estatística por bobagem.
Se você está vendo essa mensagem, tome TODOS os cuidados. Pesquise tudo, e esteja certa de que está blindada contra todos os riscos.
Não sofra sozinha. Faça o que você puder, para melhorar suas condições.
Como as crianças são egípicias ela não pode sair com eles.
Isso não pode ficar assim. Antes de tudo, a gente luta pela Carol!
Eu mobilizei meus contatos de confiança para ajudar a Carol, e garantir segurança para ela e para filha dela. Se você quiser ajudar, me procura.

Eu quero lembrar não se expressa nada com violência. E caso você não tenha nada a ver com isso pelo menos reflita, se o seu comportamento é expresso com violência e se é uma linguagem admissível para você. Independente da sua religião ou cultura.
Só pensa se você bate nos seus filhos porque você ama, e um dia espera que eles entendam que amor não é violência. Se você acha que a mulher tem que ficar apanhando e orando ou rezando para o marido parar. Se você acha que um tapinha de correção entre dois adultos é admissível.
Reconsidere seus próprios conceitos.
Assim todo mundo faz sua parte, para melhorar um pouco a realidade.
Um abraço!
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