Dois dias atrás, enviaram em um grupo de brasileiras, que poderia acontecer algum protesto na sexta feira. Por causa do clima, ou por causa de política. Mas que era para ficar de olho.
Ontem, sexta a noite, quando foi 20h, eu ouvi uma gritaria diferente na minha rua, sai para verificar, nada de diferente. O normal aqui no Cairo é buzina, sirene e gritaria.
Passaram 2 horas, recebo uma mensagem de um amigo: fique em casa, não saia.
Aqui no Cairo a gente tem que ter muito cuidado. Eu digo isso pensando também no cuidado que eu tenho que ter postando isso, já que não quero arrumar problema para mim.
Depois de 2011, tudo é muito sensível. O Brasil teve o impeachment, mas depois disso o povo continuou insatisfeito, mas polarizado. Agora protestos acontecem no Brasil, mas mais segmentados e controláveis. O Brasil de protesto é uma coisa. Mas o Egito é outra.
Aqui é proibido protestar na rua. Quem vai para rua, sabe muito bem que está correndo risco de ser preso.
Aqui também tem vigilância nas redes sociais. Nos grupos principalmente. Porque é assim que as pessoas organizam resistências.
@egyptvsbrazil Está cobrindo nos stories.
Eu já aviso, que não quero me envolver nem tenho aptidão política. Quero só segurança para mim e para o Egito no geral.
Liguei para meu amigo.
Ele explicou que quando o clima está assim, não é bom para estrangeiros andarem sozinhos, principalmente mulher, e precisamos evitar aglomerações. Esse cenário causa muitas prisões sem motivo, (na verdade, eles encontram motivos, tipo documentação, ou câmera que são fúteis mas legais) porque precisam controlar a população.

Em 2011, lembro quando saiu no jornal que mulheres foram estrupadas por protestarem contra o assédio e a misoginia.
Existem algumas contas fazendo cobertura em primeira pessoa, do que está acontecendo, já que a mídia demorou para cobrir e não é confiável. A gente fica perdido entre sensacionalismo e censura. Assim fica complicado avaliar a situação, e isso cria ainda mais medo.
A Al Jazeera é bloqueada no país, e foi a primeira a expor os vídeos, no youtube já que seu site é bloqueado. Mas também se discute a ética nesse canal de notícias, dizem ser sensacionalista.

No Egito, eu já aprendi que a gente tem que ver com os próprios olhos, porque as próprias pessoas as vezes tem medo de mais, ou de menos. Depende muito, pra quem é brasileira e mulher, a segurança é diferente do que para quem é egípcia. Quem é americana. Isso tudo tem que entrar na conta para avaliar o risco e o que está acontecendo.
Pode ser que os protestos aumentem, pode ser que diminuam.
Mas a conclusão até o momento é que sim, existem protestos. Sim o clima é de instabilidade. Sim precisa tomar cuidado, mas não existe motivo para pânico.
Aqui aonde eu moro, na minha rua, consigo ver algumas áreas movimentadas, mas sem nada de estranho.
Continua normal.

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Categorias:Cotidiano
Gostei de tudo que li, em breve vou pro Egito e queria ter aula de inglês com você. Parabéns pela matéria.
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Leide! Que legal. Obrigada pelo apoio!
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Muito bom seus comentários e sugestões. Gostaria de ter uma ideia de quanto vale o dinheiro dai em relação ao dólar.
Sei que é flutuante, mas apenas uma idéia, uma média por favor.
Gostaria de saber mais:
– Local para comprar souvenir tipo pequenas pirâmides de lembrança, onde é seguro e barato?
– Tem Huber aí? É seguro?
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Muito boas sugestões Evelyn!
Algumas perguntas :
1- Onde comprar souvenir bom, barato e seguro?
2- Quanto vale o dólar mais ou menos no dinheiro local?
3- Tem Huber? É bom e confiável?
Obrigado!😘
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Olá Irineo!
1. Comprar souvenir é no Khan khalili, um dos maiores mercados cobertos do mundo.
2. O dólare vale em 2019, de 15 a 18 libras egípcias.
3. Tem sim para ir de uma ponta a outra ponta da cidade você gasta 50 reais de Uber. È mais cômodo e barato.
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