Relacionamento

Romance Egípcio sem Tapas

Talvez você caiu aqui porque já cansou de saber de muitas pessoas caindo em golpes, ou vivendo romances perigosos com egípcios.

Essa é a história da Lilian* , que procurou a gente, dividindo o que aconteceu com ela. Vou narrar a história e fazer observações,

Ela dançava dança do ventre, e admira muito o Islã, mesmo não sendo mulçumana. Aprendendo árabe com um professor que ensinava outras dançarinas, que também montava pacotes turísticos, decidiu visitar o Egito.

Para o Egito a dança do Ventre não é honrosa, eles admiram, até colocavam em casamentos. Mas as dançarinas são vistas como vulgares e a linha entre a dança e a prostituição é muito tênue. Quem convive com as dançarinas também não é bem visto.

Nisso, ele começou a curtir suas fotos, e demonstrar um interesse diferente. Ele era admirável, sempre postava coisas interessantes e demonstrava ser apoiador dos direitos das mulheres. Além disso Lilian conhecia pessoas que o conheciam.

Não é comum no Egito mulheres conversarem com homens. Os gêneros ficam bem separados, e amizades com homens para as famílias mais tradicionais são apenas com familiares. Por isso, é comum o homem interpretar atenção como interesse romântico.

Lilian é divorciada e jovem, com uma filha. Ela começou a se encantar por esse homem tão inteligente, que com respeito e charme começou a conquistar sua atenção. Quanto mais se aproximava sua viagem mais se envolvia. Ele tinha negócios dando aula para dançarinas e um bazar. Foi quando ela sugeriu ajudá-lo a receber por seus negócios, criando uma conta no Paypal. Além disso, ela entrava em contato com os clientes reativando serviços que haviam sido interrompidos.

Aqui no Egito é comum que as mulheres não tenham contas bancárias. Esse empreendedorismo e visão da brasiliera, é impressionante e muito diferente das egípcias. Elas normalmente tem suas despesas cobertas pelo marido, e quando trabalham fora não tem muitas responsabilidades financeiras.

Ao mesmo tempo que ela conseguia fazer o negócio crescer, ele elogiava e agradecia. Mas também se sentia intimidado. Não era uma dinâmica saudável de sociedade, e ele chegou a ofercer comissão (pequena diga-se de passagem) pela ajuda dela. Ela estava interessada nele, e escolheu fazer de graça.

A Viagem para o Egito

Quando Lilian estava ajustando o lugar para ficar, ele alertou que ficar em apartamentos alugados poderia ser perigoso, (já que ela ficaria um mês iria alugar um apartamento), já que o dono teria a chave, e ela estaria lá sozinha. Então ele disse que não haveria problema dela ficar no apartamento dele, e que o valor que ela gastaria lá, ela poderia pagar para ficar com ele.

Não é correto o homem que é solteiro dividir o apartamento com a namorada, pelo Islã (pelo cristianismo também, mas no Islã aqui as pessoas seguem mais).

Realmente o aluguel de apartamentos é muito popular já que casais não podem dividir quarto de hotel se não são casados aqui.

Diferente do Brasil, na cultura aqui, a mulher é “meia pessoa” e sempre precisa estar acompanhada de um homem para protege-la ou amiga.

O apartamento era em um bairro “baladi” ou seja tradicional. Na portaria do prédio ficava uma daquelas senhorinhas que sabe de tudo que acontece no prédio. Como o homem em questão havia sido casado com uma brasileira estrangeira, não haveria problema em trazer a Lilian para o apartamento. Provavelmente pensariam que ela era a brasileira.

Leia mais: Precisamos falar de amor

O apartamento era ok, mas muito desorganizado. Além disso, não podiam comer fora, sempre tinham que comer a comida da mãe que era uma senhora idosa que morava no apartamento de cima. Não tinha máquina de lavar roupa, já que a mãe que costumava lavar as roupas do filho. Quando Lilian precisou lavar roupas, teve que pedir para mãe do namorado, uma senhora idosa.

É comum que a viúva tenha um tipo de dependência do filho, aonde existe superproteção, e também muitas carências. Mesmo ela sendo idosa, e não tendo condições de fazer esforço todos os dias ela fazia comida. E pela cultura, ela não se sentiria bem em não fazer. O sentido da vida dela é o filho.

Quando estava lá, não conseguiu encontrar com nenhuma brasileira, mas tinha entrado em um grupo de brasileiros. Infelizmente não encontrou com eles, porque era fora de mão do apartamento e seria muito caro para ir de Uber. O namorado disse que não valeria a pena.

Quando você vir para cá, procure sempre manter contato com outras brasileiras, se envolver em atividades e não se permita excluir. Encontre pessoas que você confia, e que podem te ajudar em uma situação de risco. Para sua própria saúde emocional e segurança, faça amizades. Nós temos o grupo fechado: Conexão Vida no Egito que é um lugar seguro, e sempre estamos a disposição via mensagem.

Como algumas pessoas aqui não agem de boa fé, e abusam da boa vontade, é difícil alguém comprar briga de quem nunca viu. Além disso, aqui a comunidade brasileira sabe tudo de todo mundo. Se você se envolve em escândalos e problemas, você corre o risco de ser isolada.

Problemas

O namorado era bem desorganizado. Ao mesmo tempo era pavio curto. Conflitos culturais eram motivos de desrespeito e humilhação. Em um passeio ele se envolveu em uma discussão séria que envolveu até polícia.
Constantemente ele se atrapalhava, mas não assumia a culpa e descontava a raiva em quem estava na frente.

Lilian começou a perceber que o professor curtia e comentava postagens sensuais de outras dançarinas que nem eram suas alunas, além de que ele não assumiu seu relacionamento com ela. Em nenhum momento podiam ser fotografados juntos. Ele também não se apresentou para a família dela. Lilian percebeu que o que ele aparentava ser em questão de honra não condizia com os seus comportamentos.

Ela questionou ele, com respeito tentando entender a situação. Ele foi grosso e em um momento em que estavam juntos a empurrou contra a parede. Nas conversas que eles tiveram, ela desabafou suas inseguranças, e na discussão ele apontou como as inseguranças dela eram verdadeiras e que realmente ela merecia a solidão e ser mau-tratada.

È muito importante externalizar o que você sente. Mesmo que a outra pessoa não entenda, para um relacionamento funcionar vocês dois precisam de espaço para se expressarem com respeito. Se não existe, se o que você diz é distorcido e manipulado, não se envolva mais. Se você não externaliza, você se anula e ressente da pessoa. Pode se tornar uma agressão contra você mesma, ou ainda torna-la passivo agressiva com seu cônjuge.

Nesse momento, ela chorava muito. Sua cabeça doía de tão forte a emoção que sentia. Ela não aguentava mais, e disse que ia sair para dar uma volta na quadra.

Pode parecer normal sair para esfriar a cabeça, mas em um bairro tradicional a mulher não vai sair para dar uma volta da quadra. Aqui nem abrir a janela se abre. Ele provavelmente duvidou que ela teria coragem de sair de casa, porque é totalmente contrário do que uma egípcia faria.

Quando ela voltou, viu diversas notificações de mensagem, e a feição assustada da senhorinha da porta. Ele havia dito para a mãe dele, para mãe dela e irmã que ela tinha sumido sem avisar. Não era verdade, mas ela confirmou a versão dele pedindo desculpas para a sogra.

No Brasil

O Egito é fascinante, e Lilian gostou muito de ter conhecido tantas pessoas diferentes e uma cultura tão exótica. A família dela já estava começando a assimilar o namoro internacional.

Mas não pararam os problemas.

As responsabilidades profissionais com ele, começaram a pesar. Ele fazia exigências quanto ao envio do dinheiro no mesmo dia, e depois se atrapalhava no que tinha recebido, culpando ela e a humilhando muito.

É muito difícil manter uma sociedade de negócios quando o homem é machista e não respeita a mulher.

Lilian tinha até medo de ver suas mensagens no celular porque constantemente ele enviava textos gigantes a humilhando e diminuindo, além ser exigente ao ponto de em um dia que ela não poderia depositar para ele, expô-la no facebook e para sua família.

Fim da História

Finalmente, depois de se questionar várias vezes como permitiu que essa situação se estendesse tanto, Lilian desfez o vínculo profissional (escravo), e contato com o dito, e terminou o namoro.

Claro que ele ainda a procura, pede desculpa, faz chantagens e etc.

Mas nada compra a paz.

O Egito, e a cultura é maravilhosa… O problema era ele mesmo.


4 respostas »

  1. Mulheres do Brasil e do mundo todo …nao recebam como declaração de amor …agressoes verbais ….ou até mesmo físicas…nao confundam simpatia e gentileza com bom caráter….cada coisa em seu lugar….O Amor segue se do respeito…e muita dedicação….o.amor não bate…..oque faz o suposto amor bater…é o ego…..o amor não diminui …sê respeitoso …..só aumenta……só acrescenta……relacione se com uma pessoa quê dá prazer em estar na sua companhia….o mau relacionamento é como doenças…primeiro da sintoma….e se esses sintomas de perversão verbal ofensiva ou física se manifesta…..Nao pague pra ver….nao espere quê haverá melhora….Caia fora….nao subestime o ser humano….porque às pessoas não mudam…..o ser humano é oque é…e se você achar ……..Ontem foi assim …mas a pessoa vai mudar……….Nao …cada ser humano é único….ele melhora ………Nao muda….a doença pre existente tem que ser tratada….e curada…..depois que se torna crônica …..pode nao haver um
    Retorno …pois muitas vezes o crônico se torna intratável.. …e poderá levar ou você que se torna vítima da doença ou ô próprio cara crônico á um caminho sem volta…………..eu Giovana por mim mesma……..amem..🤗

    …..

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