A terra física do Egito é concebida como um corpo feminino, dividido em uma metade superior e outra inferior – as duas senhoras.
A metade superior é a coroa branca de seu coração, leite materno e qualidades celestiais. É a terra da deusa celeste abutre Nekhbet, que acompanha os espíritos mortos de volta ao útero cósmico. Os mistérios lunares residem aqui, em sua luz suave e prateada, junto com a energia de Sothis (Sirius), a estrela mais brilhante no céu noturno, e a alma de Ísis.
O Baixo Egito é a coroa vermelha de sua sexualidade, seu útero e vulva. É a terra da deusa cobra Wadjet, energia sexual primordial, e a terra da feroz leoa Sekhmet, que representa o cetro da força vital feminina, energia e autoridade, sekhem.

A antiga deusa Hathor era conhecida como Senhora do Manto Vermelho, Senhora da Vulva e Útero de Hórus e era a deusa do amor, sexualidade, parto e das artes femininas do templo. Suas sacerdotisas usavam vestidos vermelhos estampados, lenços vermelhos e colares menat com miçangas que também serviam como agitadores musicais. No santuário interno do templo de Hathor, uma trupe de sacerdotisas vestidas de vermelho com véus vermelhos diáfanos se movia lentamente em um ritmo, perfeitamente sincronizada em seus movimentos hipnotizantes e semelhantes a cobras, sacudindo seus chocalhos e sistros de contas, entoando hinos sobrenaturais para a deusa.
As sacerdotisas de Hathor eram oráculos, intérpretes de sonhos, parteiras, dançarinas e músicos. Seus templos continham salas para a mistura de óleos perfumados e cosméticos, tesouros de joias e instrumentos musicais e câmaras de parto onde mães grávidas eram recebidas e assistidas por sacerdotisas-parteiras treinadas.
Adaptado de:Womb Awakening pela brasileira que mora no Egito
Melina Augusto – Sobre antigo egito, ecologisa feminina, alquimia mesntrual etc.
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