Desde março de 2021, o Egito luta contra a escassez de moeda forte. Com múltiplas desvalorizações, em março de 2022, outubro de 2022 e janeiro de 2023, o país foi forçado a impor restrições às importações e os bancos repetidamente implementaram regulamentos para gastos no exterior. Hoje, a libra egípcia está atualmente em 30,2 em relação ao dólar americano.
Enquanto o valor da libra egípcia continua a despencar, a taxa de câmbio do dólar americano continua subindo – especialmente no “mercado negro”.
De acordo com a Investopedia, a principal fonte mundial de conteúdo financeiro, o mercado negro é uma atividade econômica que ocorre fora dos canais supervisionados pelo governo para evitar impostos e controle de preços. Um termo que surgiu após a Primeira Guerra Mundial, o mercado negro descreve o comércio que acontece em segredo, sem registro.
Seja dinheiro, armas, drogas ou mesmo mercadorias essenciais, o mercado negro consiste em quaisquer produtos ou serviços difíceis de obter pelos canais convencionais.
A questão é: como isso está afetando negativamente a economia do Egito?
A maioria das pessoas compra no mercado negro porque o produto ou serviço que desejam é difícil de obter legalmente – no caso do Egito, dólares americanos. Seja para fins de investimento ou para economizar algum dinheiro, os egípcios recorrem ao mercado negro para comprar dólares americanos, pois seu valor continua aumentando, em contraste com a decadente libra egípcia.
Uma forma ilegal de comércio, o mercado negro do Egito tem florescido porque as trocas por moeda estrangeira têm ocorrido a uma taxa não oficial, geralmente mais alta devido à demanda superior à oferta.
Em vez de dar dólares americanos aos bancos egípcios, aqueles que possuem moeda estrangeira estariam inclinados a vendê-la no mercado negro por uma taxa de câmbio mais alta. Assim, a fonte de moeda estrangeira dos bancos diminui, tornando difícil e quase impossível para eles utilizar esse dinheiro para importações.
Essas transações têm efeito direto nas reservas de moeda estrangeira do Egito, que normalmente seriam usadas para importar mercadorias essenciais, como alimentos e remédios.
O Banco Central do Egito (CBE) emitiu repetidamente alertas contra a troca de moeda falsa para controlar as reservas de dólares americanos no Egito. O uso abusivo de cartões de crédito e débito egípcios no exterior foi recentemente proibido devido aos últimos regulamentos da CBE.
Apesar de ser punível por lei, o comércio no mercado negro do Egito continua a florescer. No Egito, a troca de moeda estrangeira só é legal por meio de empresas de câmbio e bancos. A punição varia entre seis meses a três anos de prisão e multa de 1 milhão a 5 milhões de libras.
Com três desvalorizações em menos de um ano, o Egito continua lutando para reduzir a diferença entre o valor da libra egípcia no mercado negro e as taxas de câmbio oficiais.
Fonte: Egyptian Streets
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